Com o objetivo de pressionar o Itaú/Unibanco a rever a política de horário estendido, o Sindicato dos Bancários de Mogi das Cruzes e Região paralisou na manhã desta segunda-feira (22 de abril) a agência mogiana 8044, localizada na Avenida Voluntário Pinheiro Franco, a Avenida dos Bancos, (em frente ao banco Safra). A unidade teve o atendimento suspenso somente entre as 8 e 11 horas.

Ente as reivindicações dos trabalhadores com o ato está a implantação de dois turnos de trabalho nas agências Itaú/Unibanco, das 9 às 17 horas. A proposta já foi encaminhada à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e contempla tanto os funcionários, no que se refere a melhores condições de trabalho nos bancos, quanto os clientes, que seriam beneficiados pela ampliação do horário de atendimento público na instituição financeira.

De acordo com a secretária de Imprensa do Sindicato de Mogi, Regina Cardoso de Siqueira, o horário estendido foi imposto de forma unilateral pelo Itaú/Unibanco e vem causando uma série de transtornos aos bancários. O Sindicato defende a medida desde que haja novas contratações, com a implantação de dois turnos de trabalho para não sobrecarregar os funcionários - que têm assegurado na legislação o cumprimento da jornada de seis horas diária –, mas tudo isso é desrespeitado pela instituição.

“Muitos são universitários e por conta dessa ampliação da jornada estão perdendo o horário da aula e tiveram de alterar toda sua rotina. Quem tem de conciliar o horário do banco com o de levar o filho para a escola também está sofrendo com essa carga excessiva de trabalho. Isso é um desrespeito com a classe e compromete sua qualidade de vida”, diz Regina.

Na região, o horário estendido atinge as quatro agências de Suzano e as duas de Mogi instaladas na Avenida Voluntário Fernando Pinheiro Franco. Três delas (duas em Suzano e uma em Mogi) estão funcionando das 8 às 16 horas e as outras três, das 11 às 19 horas.

Segundo Regina, as reivindicações da categoria ganham respaldo principalmente ao se levar em conta a real situação da instituição financeira e de seus funcionários em todo o País.

Mesmo apresentando o segundo maior lucro registrado por um banco, em  2012 o Itaú/Unibanco demitiu 7.935 trabalhadores no Brasil. O banco liquida toda sua folha de pagamento somente com a arrecadação das tarifas cobradas dos clientes e ainda sobra 44% do valor recolhido.

“Desde o ano passado não houve novas contratações, o que vem sobrecarregando os bancários, e muitas agências estão sem chefe de serviço. Não há justifica para esses abusos”, destaca Regina.

Com um faturamento de R$ 14,043 bilhões registrado no ano passado, o Itaú aumentou em 4% seu patrimônio líquido e ainda alcançou a 18a posição no ranking de marcas mais valiosas do ramo financeiro no mundo.